Alckmin discursa durante nomeação de 967 policiais civis

Geraldo Alckmin: Bom dia a todas e a todos. Quero dizer da alegria de estar aqui na Academia de Polícia de São Paulo, da Polícia Civil; saudar o nosso secretário […]

sex, 16/12/2011 - 15h25 | Do Portal do Governo

Geraldo Alckmin: Bom dia a todas e a todos. Quero dizer da alegria de estar aqui na Academia de Polícia de São Paulo, da Polícia Civil; saudar o nosso secretário de Segurança Pública, doutor Antônio Ferreira Pinto; saudar o delegado-geral de Polícia, doutor Marcos Carneiro Lima; sua delegada adjunta, doutora Ana Paula Ramalho Batista; doutor Paulo Afonso Bicudo, diretor da Academia de Polícia; os membros do conselho da Polícia Civil do Estado, delegados, investigadores, escrivães, toda nossa polícia civil, funcionários aqui da Academia. Dizer da alegria de estarmos aqui hoje juntos, nomeando os nossos 610 investigadores, novos investigadores, 357 escrivães – o secretário Ferreira Pinto já pode lançar aí o edital para os novos concursos.

Vamos sim já mudar o cargo de carcereiro para agente policial. Nós tínhamos em São Paulo 34 mil presos, em delegacias de polícia. Uma vez, eu me lembro que no começo, sete ou oito anos atrás, me reuni na época com os diretores da Polícia Civil e perguntei o quê que se fosse fazer uma coisa para melhorar o trabalho da polícia civil, o quê que seria? Eles falaram: olha, tirar os presos das delegacias. E se começou aí um grande trabalho, São Paulo hoje não tem mais praticamente nenhum, mas ainda temos no Estado em torno aí de 6.500 presos, que nós pretendemos zerar. São Paulo é o primeiro Estado brasileiro a não ter preso em distrito policial. Vamos começar pelas mulheres, acho que até o começo do ano que vem a gente já zera as mulheres, e em seguida também os homens. Aí não tem mais razão de ter o carcereiro, e passar esses cargos todos para agente policial.

Temos também 140 delegados de polícia em processo de final já de concurso; 96 fotógrafos técnicos periciais, e toda a valorização a polícia. Quer dizer, hoje em dia nós precisamos valorizar os nossos recursos humanos, que são eles que fazem as coisas acontecerem. E quero dizer que eu tenho, Ferreira Pinto, e o doutor Marcos, e o nosso diretor doutor Paulo Afonso e Ana Paula, uma grande identidade com a Polícia Civil. A medicina é investigação, é uma atividade intelectual, atividade de raciocínio, atividade de inteligência, por isso que se diz que fulano tem olho clínico. O que é um olho clínico? Tem a capacidade de observando identificar, diagnosticar. E ela é uma atividade muito bonita e de grande perspicácia. Portanto, a investigação, ela é central. Para poder esclarecer crimes, cumprir a lei, a impunidade ela estimula o crime. Então não pode haver impunidade.

E fico feliz, que eu estava vendo as últimas reportagens de grandes órgãos da imprensa nacional e até estrangeira, e vejo aqui: São Paulo reduz 72% de homicídios, e sai da zona epidêmica. ONU reconhece São Paulo como exemplo de combate à violência. Enfim, a muito ainda a por fazer, é óbvio. Essa é uma guerra que tem que todo dia vencer batalha, mas a curva mudou, quer dizer, nós saímos de um quadro há 10, 11 anos atrás, para um outro patamar. E os desafios são permanentes, então todo apoio aqui a Polícia Civil, o secretário Ferreira Pinto já pode providenciar aí os concursos. Nós queremos que os prédios da nossa Polícia Civil sejam os melhores da cidade. Quando você entrar numa cidade e ver um prédio estalando de novo e arrumado, é da Policia Civil. Então não faltarão recursos aí para gente modernizar, reformar, novos prédios.

Equipamentos, os mais modernos pra esse trabalho. Enfim, um esforço aí permanente de avanço, e não há nada mais importante num regime democrático do que o cumprimento da lei. O respeito à lei. Essa é a base da democracia, não é? Que ninguém está acima da lei, à margem da lei, e os homens e mulheres da lei estão aqui. E nós queremos dar as condições para que vocês possam fazer o melhor trabalho. E fico feliz de ter podido nesse primeiro ano já termos feito aí avanços importantes para valorizar a Polícia Civil de São Paulo. E nós encerramos o ano com uma grande comemoração, porque há uma década, duas décadas atrás, se dizia que São Paulo tinha tamanho de país, era do tamanho da Argentina, e eu brincava: mas tem uma vantagem sobre a Argentina, é que… Para dentro do Brasil. Hoje, o PIB da Argentina é US$ 400 bilhões; o PIB do Estado de São Paulo é US$ 685 bilhões. Nós somos a 24ª economia do mundo, o Estado.

Ontem fui a Indaiatuba, o Grupo John Deere de máquinas, de tratores, líder mundial em máquinas agrícolas, tinha uma sede no Rio Grande do Sul, trazendo tudo para São Paulo, para Indaiatuba. Sede da América Latina, o Banco John Deere, e começando duas fábricas novas de máquinas para a construção civil. Uma associação da Hitachi – japonesa – com a Deere, americana. Então, um trabalho permanente, porque São Paulo indo bem ajuda também o Brasil. Quarenta e um por cento da arrecadação federal sai daqui do estado de São Paulo, 41% dos tributos federais são arrecadados aqui no Estado. E a segurança é o desafio do mundo moderno, esse é o desafio no mundo inteiro, é a segurança, é o grande desafio. Mas vim trazer um abraço.

Esses casos, doutor Carneiro, mais graves aí de investigação, se quiser aqui um modesto esculápio para ajudar a palpitar aí, que é bonito esse trabalho de… Eu adoro filme policial, apaixonado por… Tem um livro do Hélio Rosas, que foi deputado, chamado ‘O Cérebro – este abandonado’. Então, dizendo: “olha, o sujeito faz alongamento, aeróbica, musculação, academia de ginástica, mas ninguém mais resolve problema. Nós precisamos voltar a resolver problemas, exercitar…”. E a investigação é um exercício permanente de acuidade, de observação, de inteligência. Às vezes, os pequenos detalhes são importantes. E tudo isso para quê? Para fazer cumprir a lei, para preservar a vida das pessoas, a integridade e a essência do regime democrático que é o respeito à lei. Ou seja, de que um não é mais do que o outro. De que essa é a lógica da sociedade democrática, de respeito à cidadania e ao cidadão.

Bom trabalho!