Governador fala sobre inovadora rede digital do ICESP

Governador Geraldo Alckmin: Muito bom dia a todas e a todos. Saudar o professor Giovanni Cerri, secretário de Estado da Saúde, que foi diretor-geral aqui do Instituto, deve estar muito […]

qui, 16/02/2012 - 18h00 | Do Portal do Governo

Governador Geraldo Alckmin: Muito bom dia a todas e a todos. Saudar o professor Giovanni Cerri, secretário de Estado da Saúde, que foi diretor-geral aqui do Instituto, deve estar muito orgulhoso com os avanços do Icesp em tão curto espaço de tempo; Arnaldo Faria de Sá, deputado federal; deputado de São Paulo, Arnaldo Faria de Sá, é um dos grandes defensores da seguridade social na Câmara Federal. A Constituição Brasileira estabeleceu o nosso estado de bem estar social com o conceito de seguridade. Previdência, saúde e assistência social. Então, a previdência… Aliás, aquela paciente, a primeira paciente aqui, que foi homenageada quando nós tivemos aqui a última vez, Paulo Hoff, o Arnaldo ajudou a resolver lá o plano de previdência dela. A previdência que é contributiva, precisa pagar; assistência social que não é contributiva, não precisa pagar, mas é para quem a lei estabelece idosos e pessoas com deficiência, e a saúde, que a Constituição estabeleceu universal. Então não paga nada, é 100% gratuito, diferentemente da previdência e é universal.

Cumprimentar o professor José Otávio Costa Auler Júnior, que é o diretor da Faculdade de Medicina em Exercício, estava me dando uma aula ali de anestesia para eu poder assumir aqui o posto, só falta um doente corajoso, não é? Professor Flávio Fava de Moraes, nosso diretor da Fundação; professor Paulo Hoff, diretor aqui do nosso Icesp, do Instituto Octávio Frias de Oliveira; professor Marcos Fumio Koyama, superintendente do HC; doutora Marisa Madi Della Coletta, diretora-executiva do Icesp; doutora Maria do Patrocínio Tenório Nunes, conselheira do Conselho Regional de Medicina; Luiz Gustavo Kiatake, diretor das Relações Internacionais da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde; doutor Kaio Bin, diretor de operações e tecnologia de informação, responsável aqui pela implantação de toda parte de tecnologia de informação; doutor Paulo Kron, coordenador de Gestão Hospitalar e do SAMU, representando o prefeito Gilberto Kassab; todo o corpo de funcionários aqui do Icesp; professores; alunos, amigas e amigos. Dizer da alegria, né?

O Icesp tem sido sempre o primeiro. O primeiro na pesquisa com os pacientes em satisfação do usuário pelo atendimento e é muito importante. A nossa tarefa, a primeira, é a tarefa da inclusão social. É uma das maneiras mais corretas de inclusão é a saúde. Então é o primeiro na satisfação do usuário do SUS. Mostrando que é possível ter um sistema gratuito, sistema universal e com qualidade. Hoje o primeiro, também, em tecnologia de informação. Primeiro hospital certificado, 100% certificado do país. O professor Giovanni colocava bem, isso trará mais segurança, acabou aquele velho carimbo, você pode mudar a assinatura; a assinatura digital não tem como ser modificada; traz economia, investimento de R$ 5 milhões, ele vai se pagar em poucos anos. Acaba papel, tinta, enfim, muita economia; segurança, economia e transparência, você tem tudo registrado. Não some processo, papel, enfim, você tem uma transparência absoluta nesse procedimento; banco de dados para universidades, pesquisa, estudos, conhecimento, discussão de casos, enfim, um avanço tecnológico a serviço do paciente, da sua saúde e da ciência, na medida que nós temos, aqui, estamos comemorando esse ano 100 anos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. E fiquei feliz, porque ontem tivemos um evento com o reitor da USP para o Parque Tecnológico de Ribeirão Preto, que, aliás, é muito voltado à saúde. Um Parque Tecnológico voltado à biotecnologia, indústria hospitalar, médica, odontológica, equipamentos, pesquisa, tecnologia de informação e comunicação; e, ainda, destacava que a Universidade de São Paulo, que era raqueada pelo 43º das universidades do mundo, passou a ser, por um dos ranqueamentos, a 20º melhor universidade do mundo; um ganho de 23 pontos, a USP. De 43, do mundo inteiro, passou a ser a 20º, que é um… Se existe orgulho justo, esse é um orgulho justo, não é? São Paulo construiu, realmente, uma universidade, que é hoje um parâmetro, é uma referência internacional. E, dentro da USP, a área de saúde se destaca. Quer dizer, a USP está no top. E área de saúde dentro da universidade, é a parte de mais avanços. E aqui está uma instituição jovem, não é Paulo Hoff? Muito jovem e já despontando como uma referência para servir à população de São Paulo.

Fico muito honrado de integrar aqui o corpo clínico, estava me atualizando ali com o José Otávio. José Otávio foi chefe da residência quando eu fiz anestesia, e já era um craque. Aliás, não só em anestesia, mas em terapia intensiva. Todo mundo já via que ia ser brilhante, não é? Que ele se destacava, seriedade, simplicidade, conhecimento, segurança, e não foi outra. Em poucos anos assumiu a anestesiologia. E eu brincava, falava: “No meu tempo era pré-anestésico, receitava Dolantina e Fernergan e Atropina”. Toladina, não sei nem se existe ainda. Dolantina morfina hominético, derivado de morfina. E o paciente gostava, porque você vai para o centro  cirúrgico meio… Aquela anestesia boa. Dolantina. Agora mudou, não usa mais Dolantina. Fernergan, antialérgico, ainda existe ou não? Não usa mais também. E Atropina, Atropina usa? Em alguns casos. Atropina é anticolinérgico, mas era a rotina: Dolantina, Fernegan e Atropina. Ventila, você põem o ambu, da ali umas três ventiladas para oxigenar bem, para te dar um tempinho para você entubar. Então, ventila e entuba. Entubou, aí está seguro. Aí confere se entubou direito… Então, eu punha o ouvido no tubo e dava uma batida aqui no tórax, saia o arsinho, porque senão entuba o esôfago, se entubar o esôfago vai ventilar o estomago e aí ligava no aparelho. Era oxigênio com protoxido de nitrogênio. A anestesia hoje é inalatória, não mudou nada: oxigênio com protoxido de nitrogênio. Você saia do centro cirúrgico cheirando a Lotano. Hoje mudou. Hoje as drogas são mais sofisticadas. São mais rápidos, continua ventilando, né? E continua entubando, né? Os cirurgiões são perigosos, são danados. Então você chegava lá e falava: “me dá um cheirinho”; não há anestesia geral que não se deva, é muito perigoso fazer anestesia geral e não entubar. Com aquele negócio de cheirinho você não entuba, coisa meio rápida, paciente vomita, está inconsciente, aspira, aspiração química, PH lá embaixo, para tirar o caboclo dessa pneumonia química é terrível. Então, nada como segurança. Mas eu, um dia desses, estava vendo o meu livro e eu anotava o dia da cirurgia, o horário, nome do paciente, no livrão, todo dia; chegava em casa eu punha na prescrição, chegava, passava para o livrão o horário, tipo de anestesia, cirurgia, nome do cirurgião, a data, se era Unimed, Inamps, na época, enfim e alguma observação. Um dia uma menina, uma dentista, foi com o marido me visitar, família de Pindamonhangaba. Ela falou: “Minha mãe diz que o senhor fez anestesia da cesária dela”; eu falei: “Que dia você nasceu?”; ela falou: “Eu nasci no dia três de maio de 1978”. Fui lá, peguei o livrão, falei: “Você nasceu 01h10, está aqui ó, registradinho”. Então, sinto uma saudade danada. Mas, enfim, como tudo na vida, precisa ter dedicação. Assobiar e chupar cana é um perigo. Piloto de avião se fica uns meses sem pilotar, tem que voltar a fazer uma certificação. E eu ia fazendo. Então, de noite, cedinho, quando era prefeito; um dia eu… Me chamaram para fazer uma cesariana, eu era prefeito e aí meia noite e tanto, sábado e tal; eu de máscara, gorro, fiz uma ‘raquezinha’, já estava terminando a cirurgia, a paciente virou para mim e falou: “Doutor, e no bairro do Jardim Resende, quando é que o senhor vai colocar rede de esgoto?” E eu falei: “Pô, está difícil…”. E eu não cobrava nada de ninguém, porque prefeito, então, dava até crise lá no grupo de anestesia, porque todo mundo queria fazer comigo; fazia com o prefeito e ainda fazia de graça. E tinha um colega que era meio salgadinho. Paciente ficava em apartamento, cobrava caro. Aí um dia um paciente reclamou. Doutor Levi. “Tudo isso, doutor, só para dormir?”. Ele falou: “Não, não, dormir é barato. O caro é acordar, né?” Mas nós viemos para dar um grande abraço, dizer que é uma alegria renovada de vir aqui nesse templo do amor às pessoas, da competência, da dedicação e da tecnologia a serviço da saúde. Parabéns!