Governador discursa durante entrega de vicinais e de delegacia reformada em Guararapes

Geraldo Alckmin, governador: Bom dia a todas e a todos, dizer da alegria de estarmos juntos aqui nesse sábado de manhã, inaugurando aqui o prédio da nossa delegacia, visitando aqui […]

sáb, 25/02/2012 - 10h45 | Do Portal do Governo

Geraldo Alckmin, governador: Bom dia a todas e a todos, dizer da alegria de estarmos juntos aqui nesse sábado de manhã, inaugurando aqui o prédio da nossa delegacia, visitando aqui Guararapes, abraçando o nosso prefeito, vocês têm um bom prefeito aqui. Quero agradecer às suas irmãs pelo presente tão carinhoso, saudando a sua mãe dona Isabel; vice-prefeito João Aparecido Carvalho; deputado Edson Giriboni, secretário de estado de Saneamento; prefeito de Nova Castilho, o Roberto; Guaraçaí, o Alceu; Sud Mennucci, o Celso; Valparaíso, o Marcos Higushi; Salmourão, o Zé Luiz; Andradina, o Jamil; Santópolis do Aguapeí, o Haroldo; Rubiaça, o Wilson; Buritama, o Izair; Iacatu, o Nelson; Coroados, Nelson Gonzales; Gabriel Monteiro, o Renée; Bilaque, o Zé Roberto, prefeito de Osvaldo Cruz, o Valtinho; prefeito de Clementina, o Nelson; nosso diretor do Deinter-5, o delegado doutor João Pedro de Arruda; delegado seccional de Polícia de Araçatuba, doutor Nelson Barbosa Filho; delegado titular aqui de Guararapes, doutor Fábio Neri Pistori; comandante do Corpo do Bombeiros da região, tenente-coronel Ribeiro; diretor regional do DER, doutor Carlos Eduardo Sartori; comandante do policiamento do CPMI-10, coronel Roberto Meira; as irmãs aqui presentes, Maria das Graças e Maria José, do Educandário Nossa Senhora Aparecida; padres, o Valdeci Marcolino, o Reginaldo; nossos pastores aqui presentes, o Marcelo, provedor da Santa casa de Misericórdia; doutora Neuza, presidente da OAB; os nossos deputados aqui presentes, o Itamar Borges e o Carlão Pignatari que têm feito um bom trabalho lá na Assembleia Legislativa de São Paulo; os nossos Secretários municipais, amigas, amigos.

Uma alegria voltar aqui a Guararapes. A melhor parte da família vem a Guararapes, que é a Lu. Quero aqui dizer o seguinte: primeiro, para inaugurar a reforma e ampliação da delegacia de Polícia, foi reformada, modernizada, dobrou de tamanho, e quero aqui cumprimentar o doutor Fábio, cadê o doutor Fábio? Dá um passinho aqui, que é o delegado titular; o doutor Nelson, nosso seccional, o nosso diretor do Deinter, agradecer a ele. Cumprimentar também aqui a Polícia Militar, uma guerra que nós temos que vencer as batalhas todos os dias, e a luta permanente para melhorar a segurança. São Paulo, há 15 anos, tinha 35 homicídios por 100 mil habitantes. O Brasil tem hoje 25, e São Paulo tem 9,8. Nós éramos o quinto estado mais violento dos 27, em número de homicídios. Hoje nós somos o 25º, o menor índice de homicídio. Em Guararapes, não houve homicídio nenhum, comparando 2010 com 2011. Furto caiu 19% o ano passado, comparado com o ano anterior. Roubo caiu 13%, 2011 comparando com 2010. Furto de veículo caiu 44%, comparando 2011 com 2010. Roubo não teve nenhuma mudança. Roubo de carga, zero, nenhum caso o ano passado. Roubo a banco, zero. Estupro não teve nenhum aumento e latrocínio, zero, nenhum caso. Então, nós estamos nomeando novos recursos humanos, investindo no policial. Nós fizemos, o ano passado, no primeiro ano de governo, uma melhoria de carreira e salário para a Polícia, inclusive para os inativos, aposentados e pensionistas e, para os delegados, a carreira jurídica. O projeto de lei está lá na Assembleia com os nossos deputados, o Itamar e o Carlão Pignatari. Aumentamos o efetivo, na Polícia Militar, são cinco mil homens e mulheres a mais, e na Polícia Civil estamos nomeando mais mil investigadores e escrivães, e já abrimos concurso para agentes policiais. E temos um concurso aberto para mais 140 delegados de Polícia. Depois, condição de trabalho, reformando e modernizando todas as nossas delegacias, além de computação embarcada nas viaturas. Na Polícia Militar, a partir de março, todas as viaturas da Polícia Militar têm tablets, ou seja, computação embarcada. Você já sabe se o carro foi roubado, tem FOTOCRIM, tem o INFOCRIM, podemos ver se a pessoa investigada tem ficha policial, se é fugitivo de penitenciária, enfim, você faz um ganho de qualidade excepcional.

Queria dizer ao Dedê, que se não tiver nenhum problema, nós vamos verificar com o diretor do Deinter, nós vamos, sim, ceder o prédio da antiga cadeia para a biblioteca e o auditório. E eu já faço questão, pessoalmente, a Polícia já se manifestou favorável, e eu vou mandar uma contribuição pessoal, não é do Governo não, é pessoal, uma coleção do Monteiro Lobato para a Biblioteca. Queria cumprimentar também o doutor Antônio Carlos, prefeito de Castilho, que está aqui conosco. Monteiro Lobato tem um conto muito interessante chamado “O Colocador de Pronomes”. Ele conta o seguinte: um jovem enamorado por uma menina muito bonita, de nome Helena, ele passa em frente à casa da amada e joga um bilhete: “Helena, amo-lhe.”. E, por azar, quem pegou o bilhete não foi a Helena, foi o pai da Helena, coronel Triburtino Figueiredo, um homem muito duro. Aí o coronel, que já estava de olho no rapaz, pegou o bilhete e mandou chamá-lo. Os amigos recomendaram que ele não fosse: “Olha, o coronel é um homem muito duro, melhor você não ir”. E ele: “Não, não. Eu vou e vou dizer que eu assinei o bilhete. Eu vou e vou confirmar, ainda por cima”. “Não, não, cuidado”. “Não, pode deixar”. Foi. O coronel chegou lá, mandou-o sentar e tirou o bilhete: “Helena, amo-lhe”, terceira pessoa. Aí perguntou para ele: “Foi você que escreveu esse bilhete?”, ele falou: “Perfeitamente, Coronel. Fui eu quem assinei o bilhete”, “Pois muito bem”. Aí abriu outra gaveta, tirou um revólver, um 38, pôs em cima da mesa: “Aqui, as questões de honra da família são resolvidas a bala, ou casa ou morre”. “Claro que eu quero casar, é óbvio, já casei, maravilha. Falam que o senhor é um homem de coração tão duro e eu vejo que o senhor é uma pessoa muito boa”. Aí ele virou lá para dentro e falou: “Mariazinha, venha cumprimentar seu noivo”. “Coronel, Helena”. “Não, leia o bilhete”. “Helena, amo-lhe, se você amasse a Helena, teria escrito: Helena amo-te. Você escreveu: Helena amo-lhe. Terceira pessoa. Você não se referia à Helena, você se referia a uma outra pessoa, amo-lhe é terceira pessoa, não a Helena. Então, você pode escolher, tem a minha mulher, dona Benedita com 90 anos, e a Mariazinha encalhada, caolha e manquitola”. Revólver na cabeça, e ele se casou. Pronto. Nove meses depois, casou, nasce Aldrovando. Quando os meninos estavam brincando de bolinha de gude, Aldrovando estudava literatura. Quando os jovens estavam de namorico, Aldrovando estudava gramática. Aldrovando dedicou toda sua vida à língua portuguesa, um sofredor. Um dia, ele passa em frente de um ferrador e está: “Ferra-se cavalos”. Ele quase enfartou. Aí ele invade lá, o ferrador quer bater nele e tal. “Não é possível, cavalos são ferrados, então é: ferram-se cavalos”. Não pode cometer um sacrilégio desses com a língua pátria, a língua portuguesa. Pagou do bolso dele uma placa nova, mandou colocar e todo dia ele passava lá: Ferram-se cavalos. Só que o ferrador era supersticioso, mudou a placa, caiu o movimento da oficina. Ele voltou à placa velha. Aí foi lá e teve uma briga com o ferrador, coitado, era um injustiçado. Não casou, a vida inteira dedicada à língua portuguesa, no fim da vida, Aldrovando resolve escrever um livro para deixar para os jovens, sobre a língua portuguesa. Literatura e gramática. Ninguém queria imprimir o livro dele e ele pegou suas últimas economias e bancou o livro. Determinada noite, começam a chegar as carroças de livros. Livro na cozinha, livro no quarto, livro no corredor, livro na sala. Aí pega um livro, faz um balanço na velha escrivaninha. “Já estou idoso, perto de morrer, mas vou deixar para as gerações vindouras uma contribuição à língua pátria, a língua portuguesa”. E abre o livro, e ele tinha feito uma dedicatória no livro. Havia, naquela época, um grande gramático chamado Frei Luiz de Souza, era um grande gramático. Então, a dedicatória era: “A Frei Luís de Souza, aquele que me sabe as dores”. Essa era a dedicatória. Aquele que me sabe. O ‘que’ atrai o ‘me’. Na hora de imprimir, caiu o chumbão lá, o tipógrafo jogou o ‘me’ para o outro lado. Então, ele abre o livro e está lá: “A Frei Luís de Souza aquele que sabe-me as dores”. Aí ele tem uma dor no peito, um enfarte fulminante e morre. Então, diz o Monteiro Lobato: “Este foi o primeiro mártir da língua portuguesa, nasceu e morreu por um erro de colocação pronominal, não é?” Mas eu vou mandar a coleção do Monteiro Lobato para a biblioteca.

Olha, quero agradecer à nossa Polícia Civil, agradecer à Polícia Militar, suem a camisa para a gente oferecer ainda mais segurança aqui à população de Guararapes e da região. Estamos entregando aqui duas vicinais totalmente reformadas, aliás, grandes. Uma tem 28 quilômetros, Guararapes e Piacatu, R$ 5,6 milhões, e a outra tem 31 quilômetros, é bem grande, Guararapes e Rubiácea, R$ 6 milhões, as duas juntas somam quase R$ 12 milhões de investimento, e são 50, quase 60 km de vicinal recuperada. E isso é muito importante porque são chamados “caminhos da produção”, quem vive no campo tem uma estrada boa, tem bom asfalto, melhor escoamento, turismo rural, para conhecer a nossa zona rural, além de realizar o escoamento da produção agrícola, melhorar a vida no campo. Um município importante do ponto de vista agroindustrial e agropecuário como é Guararapes. Depois nós temos a obra aqui do emissário, não é isso? Que está 60% pronta, cadê o Giriboni? O Giriboni é um engenheiro da Poli, grande engenheiro, secretário de Saneamento, e mais quanto tempo, uns seis meses? Quatro meses? Uns dois meses e terminamos a obra. Aí, nós vamos ter Guararapes 100% com o esgoto coletado, e 100% esgoto tratado, limpando aqui a bacia hidrográfica, limpando o Rio Frutal que é afluente do Rio Tietê, o Tietê é afluente do Rio Paraná, o Paraná se une ao Paraguai e forma a bacia do Prata, onde chegamos a Montevidéu, onde o Santos venceu o Peñarol e foi campeão da Libertadores. Temos 108 unidades de casas que vão ser construídas, a abertura da concorrência agora dia 26 de março, 108 famílias vão realizar o sonho da casa própria. Temos aqui uma ponte que é do Córrego Araranguá, próximo ao Distrito Ribeiro do Vale, que também recebeu o Projeto Melhor Caminho, que é um programa importante. Está terminando aí, a recuperação das estradas rurais. Tem iluminação do Estádio Adelmo Almeida, e o prefeito vai deixar comigo os dois pedidos do projeto da avenida e do acesso pra gente ver o projeto executivo e o orçamento, e nós já vamos liberar o dinheiro do centro de saúde. Eu disse que a Saúde é o paradoxo, ela está melhorando ou está piorando? Os dois têm razão, quem falou melhorando, tem razão. Quem falou piorando, tem razão, por quê? Ela piora na medida em que há uma demanda muito grande, a medicina ficou muito cara. Quando fiz medicina não existia tomógrafo, não existia ressonância magnética, nada disso, você tinha era estetoscópio, aparelho de pressão e conversa, e olhar o olho, pulso, e enfim, a medicina ficou muito sofisticada, muito cara, então é uma crise de financiamento. Quer dizer, a demanda é muito grande e os recursos são menores, então nesse sentido piorou, e ainda temos uma dificuldade que é o fato de que a tabela do SUS não é corrigida há muitos anos pelo Ministério da Saúde, o que leva as Santas Casas a uma situação difícil. De outro lado melhorou, a mortalidade infantil no Brasil era 140 pra mil nascidos vivos, era comum uma mamãe dizer: Eu tive cinco filhos, vingaram três. Morria muita criança, e hoje temos o padrão da Europa, apenas um dígito. São Paulo tem o menor índice do Brasil de mortalidade infantil, junto com Santa Catarina. Então, a mortalidade infantil despencou. Mortalidade materna despencou, era comum no passado: Fulano morreu de parto. Hoje é raro alguém morrer no parto, antigamente era comum a mortalidade materna alta. Terceiro, a expectativa de vida. O homem das cavernas vivia menos de 20 anos. No Império Romano, a expectativa de vida média ao nascer era de 25 anos de idade. O Brasil do século passado, rural, a expectativa de vida de quem nasceu há um século era 43 anos de idade, pois a mortalidade infantil era muito alta. E morria de gripe. A gripe espanhola matou em 1918, trezentos mil brasileiros. O Presidente da República, o Rodrigues Alves, morreu de gripe espanhola. Assumiu o mineiro Delfim Moreira, que ficou louco, pra ver como naquela época não era fácil a coisa, né? Perdemos dois de uma vez. Hoje, a expectativa de vida média é 74 anos. Quem vive mais, homem ou mulher? Um dia desses fui num clube da terceira idade, na Vila Prudente em São Paulo, lotado, trezentas pessoas, média de idade, 85, só mulher, os homens já tinham morrido todos. E o nome do clube era “As sapecas”. Mulheres vivem mais. Por que é que mulher vive mais? Quais são as três causas de mortalidade no mundo moderno? Primeira causa é coração e grandes vasos; segunda causa, câncer; terceira causa, não é doença, acidente, causa externa. Então, o jovem morre de acidente, e a pessoa idosa de coração ou câncer. Claro que há outras moléstias, mas isso do ponto de vista estatístico. Por que é que o câncer aumentou no mundo? Porque aumentou a expectativa de vida. O câncer é uma doença direta, ligada diretamente a idade. Pode um jovem ter câncer? Pode. Mas é raro. Quanto maior a expectativa de vida, maior a incidência. Com 80 anos de idade, de cada dez homens, sete terão câncer de próstata. É estatística. Qual a boa notícia? É que o câncer é uma doença curável, que a pessoa vai morrer de velhice, ela diagnosticada corretamente é curável, mas ela vai aumentar. Por isso nós estamos criando uma rede paulista de combate ao câncer. Mas o fato é que está aumentando, 74. Quem passa dos 30 anos, a expectativa de vida já é 80. Por quê? Porque sai da vulnerabilidade juvenil, morreu muito jovem fim de semana: automóvel, motocicleta, tiro, droga. Então, quem passou dos 30, já não é mais 74, é quase 80. E a expectativa de vida está subindo. Em 2050, nós vamos chegar a 100 anos, e as mulheres não morrerão mais, né?

Saudar a Dra. Maria de Lourdes, que está aqui de Valparaíso. Doutora. Uma grande alegria estar com vocês, e está autorizado deixar o seu centro de saúde novinho em folha, modernizado e tudo mais, caprichado. Agradecer a presença, vocês deram brilho a esse nosso encontro, agradecer a cada um de vocês, que nesse sábado deixou seus afazeres, o lazer, pra vir aqui trazer a honra das suas presenças. Agradecer aos nossos deputados, Carlão, Carlão Pignatari é um bom deputado, é aqui da região, tem nos ajudado muito na Assembleia Legislativa; o Itamar Borges da mesma forma, excelente deputado estadual. Agradecer aqui a todos vocês, agradecer ao Dedê, e eu falei de 100 anos, o meu secretário particular, que trabalha comigo, é o Castelinho, o nome dele é Castelo Branco. O Castelo Branco é meu secretário, a mãe dele tem 103 anos, todo sábado toma uma cervejinha, com 103. Aí, um dia desse eu liguei para o prefeito, não é o Dedê não, liguei para o prefeito, e o Castelo Branco ligou dizendo que eu queria falar com ele, o Carlão, e atendeu a mãe dele. Aí ele não estava e tal, e passaram-se algumas horas e me ligou o prefeito. Falou, “Governador, minha mãe ligou para mim e disse, “Olha, o governador está atrás de você, o governador está te procurando, o governador está atrás de você. E ela adora o senhor”. E ela disse o seguinte: “Olha o governador te procurou, está atrás de você e quem ligou para mim foi o presidente Castelo Branco”. Era o outro Castelo, não é? Grande abraço a todos.