Guaratinguetá: devoção, misticismo e cultura

Terra natal de cidadãos ilustres e do primeiro santo brasileiro, cidade é uma das mais importantes do Vale do Paraíba

sex, 02/03/2012 - 8h00 | Do Portal do Governo

Nas primeiras décadas do século XX, a cidade de Guaratinguetá (de origem tupi, “muitas garças”, pela profusão dessas aves no município, mas também carinhosamente apelidada de “Guará”) tinha um curioso e pomposo adjetivo: “Atenas do Vale do Paraíba”.

Durante esse período de escassez econômica e cultural, decorrente do acentuado declínio da economia cafeeira, principal força motriz da região, Guaratinguetá passou por um processo de renascimento, que começou com a instalação na cidade da “Escola Normal”, durante a década de 20. A Escola Normal tornou-se um forte atrativo para professores e estudantes de toda a região, além de propiciar a formação de uma gama de centros culturais, clubes literários, cinemas e teatros, que endossariam a vocação de Guaratinguetá para a cultura.

Seguindo essa tradição, a cidade foi o berço de alguns ilustres cidadãos vinculados à vida política, econômica e cultural do país, entre eles: Dilermando Reis (violonista), Rodrigues Alves, (ex-presidente do Brasil) Euríclides de Jesus Zerbini (médico cardiologista e pioneiro no transplante de coração no Brasil) e Pasquale Cipro Neto (professor de língua portuguesa).

Guaratinguetá está circundada pelas altas montanhas da Serra da Cantareira e da Serra do Mar, que formam uma bela paisagem em redor da cidade. O visitante que deseja conhecer Guaratinguetá também pode visitar o distrito das Pedrinhas (na cidade há placas com a direção do caminho), onde ainda pode se encontrar os ribeirões que são os afluentes do Rio Paraíba do Sul, proporcionando um agradável passeio.

Por meio da SP-171, o visitante pode dar uma esticada até duas belas cidades históricas próximas dali (de 1h a 1h30 de viagem): a Estância Climática de Cunha (que possui diversas atrações, como cachoeiras, trilhas, culinária e cerâmica), e também a cidade de Paraty, já situada no Rio de Janeiro, que também dispõe de atrativos diversos para os turistas – gastronomia, folclore, praias, passeios de barcos, entre outros.

Turismo religioso: a canonização de Frei Galvão

Se houvesse uma classificação de cidades como “irmãs siamesas”, Aparecida e Guaratinguetá poderiam ser nomeadas como tal, tais as particularidades religiosas e históricas, além da proximidade geográfica que vincula as duas cidades.

Guaratinguetá ganhou um importante status de centro religioso, assim como Aparecida (capital do catolicismo no Brasil e localizada a alguns poucos quilômetros de distância. Até 1928, era um distrito de Guaratinguetá), após a canonização do Frei Galvão no ano de 2007, que tornou-se o primeiro santo brasileiro. Junto com o município de Cachoeira Paulista – sede da Canção Nova, comunidade da Renovação Carismática Católica – Aparecida e Guaratinguetá formam o chamado “Circuito da Fé”.

Frei Galvão tornou célebres as “pílulas de papel”, que eram confeccionadas por ele e oferecidas a pessoas com problemas cujas fontes eram desconhecidas, intercedendo assim sobre causas impossíveis, que foram depois consideradas milagres pela Igreja Católica.

Quando o Papa Bento XVI visitou o Brasil, em 2007, além de celebrar a missa na qual Frei Galvão foi canonizado, também visitou a Fazenda da Esperança, que cuida de dependentes químicos. Em Guaratinguetá os fiéis também podem visitar a célebre casa onde nasceu Frei Galvão, onde hoje há um museu a ele dedicado, bem como a Igreja de São Frei Galvão e o Seminário Frei Galvão. No roteiro religioso que compõe esses locais, as pílulas de Frei Galvão são oferecidas aos fiéis.

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