Alckmin discursa ao iniciar as obras de construção da hidrelétrica Pirapora

Pirapora do Bom Jesus, 7 de maio de 2012

seg, 07/05/2012 - 15h03 | Do Portal do Governo

Governador Geraldo Alckmin: Bom dia. Bom dia a todas e a todos. Dizer que esse céu maravilhoso é a natureza que está feliz pela vitória do Peixe ontem, não é? Olha, cumprimentar nosso prefeito anfitrião, prefeito de Pirapora do Bom Jesus, o Bananinha; dona Benê, presidente do Fundo Social de Solidariedade; vereador Militão, presidente da Câmara, saudando aqui todos os vereadores, vereadoras; o deputado federal José Aníbal, secretário de Estado de Energia; deputado Marcos Neves, deputado estadual; deputado Milton Flávio; Dra. Moira Paz Estenssoro, diretora do Banco de Desenvolvimento da América Latina, o CAF, na pessoa de quem quero agradecer hoje a assinatura do nosso convênio; Dr. Ricardo Borsari, presidente da EMAE; Dr. Marlus Renato Dall´Stella, presidente da S.A. Paulista; Marco Antônio Mroz, subsecretário de Energias Renováveis; coronel Washington Luiz Gonçalves Pestana, comandante do 20º BPM; Raul Silveira Bueno Junior, ex-prefeito; Quinzinho, ex-prefeito também, ex-prefeito de Cotia; secretários municiais, diretores e funcionários da EMAE, lideranças aqui da comunidade, amigas e amigos.

Olha, uma grande alegria. Nós temos aqui uma barragem. De que ano que é essa barragem, Borsari? Tem 50 anos, meio século. E ela funcionava para controle das águas do Rio Tietê. Mas não gerava energia. Então, foi feito o processo licitatório, foi feito o contrato e hoje nós estamos iniciando a obra, uma grande obra. São R$ 123 milhões, 250 empregos na construção civil, 22 a 24 meses de obra. Aí estão incluídas também as duas máquinas para geração de energia elétrica. Vai ser feito um túnel do lado de lá, de 320 metros de comprimento, 1/3 de quilômetro, que vai sair lá naquela terraplanagem. E lá vai estar instalada, então, a hidroelétrica e as máquinas para geração de energia.

É quase uma média. PCH, Pequenas Centrais Hidroelétricas. Mas aqui ela é quase média, porque ela vai poder gerar até 25 megawatts. Quando a gente fala de PCH, é 1 megawatt, 2, 3, 4, até 30 megawatts, então, 25 megawatts. E o secretário José Aníbal colocou bem, energia renovável. A água, ela se renova. Então, Pirapora do Bom Jesus, que já tem uma hidrelétrica, que é a de Rasgão, ela gera quanto? 15? 22. Agora vai ter mais uma, que é a hidrelétrica aqui de Pirapora. Então, duas hidrelétricas no mesmo município. Pirapora do Bom Jesus pode ser chamada de capital da energia renovável. Duas hidrelétricas em um espaço curto do trecho aqui do rio.

E vamos gerar até 25 megawatts de energia; 17 de energia garantida, energia limpa, dentro aqui de São Paulo, isso equivale a uma cidade de 75 mil residências, 300 mil habitantes. Vai ajudar a melhorar a questão da espuma, porque à medida que passa pela hidrelétrica tem uma aeração, então vai diminuir a questão da espuma. Ajuda o desenvolvimento de São Paulo e do Brasil. Esses R$ 123 milhões, uma parte é financiamento do BNDES e uma parte são recursos próprios da Emae e do Governo de São Paulo.

E assinamos hoje com a CAF, com o Banco de Desenvolvimento da América Latina, assinamos o protocolo, o convênio para estudar o potencial de pequenas hidrelétricas do Estado. Então, nós vamos poder ter aqui um levantamento do potencial hidroelétrico ainda inexplorado. Nós vamos poder gerar muita energia sem prejudicar o meio ambiente. Gerando energia renovável. São Paulo é o Estado brasileiro que é o Estado da energia renovável. José Aníbal colocou, 55%. E nós temos uma meta: chegar a 69% até 2020. Então, aqui já estamos dando uma contribuição. Isso virá de cana de açúcar, biomassa, hidrelétrica, pequenas PCHs, energia eólica… Então, nossa meta é ambiciosa, passar de 55%, que já é a maior do país – comparada com outros países, que é 12% a média mundial – para nós chegarmos a 69% de energia renovada.

Essa é a melhor contribuição à Rio+20, que nós vamos ter daqui a algumas semanas, que é o encontro da sustentabilidade, muito importante para o mundo. Hoje, se toda a população do mundo tivesse o padrão de vida norte-americano, precisava de quatro planetas Terra, quatro. Então, nós temos que realmente avançar no sentido de energia renovável, de sustentabilidade, de preservação do meio ambiente.

Aqui em Pirapora do Bom Jesus nós também temos um Centro de Estudos de Línguas, aqui na cidade, na Escola Professora Nercy Amélia Martelini. A prefeitura entrou no nosso programa Creche Escola, não é isso, Bananinha? Então, nós devemos liberar R$ 1,2 milhão para a construção de creches. Nossa meta é R$ 1 bilhão investido no ensino infantil, que é creche e pré-escola, para as mamães poderem deixar com segurança as suas crianças, para poderem trabalhar ou ter as suas atividades do lar.

Temos aqui o investimento de R$ 10,5 milhões em saneamento básico. Já temos a estação de esgoto e agora 8,1 km de redes coletoras, três estações elevatórias, linhas de recalque, enfim, um esforço grande do Projeto Tietê III da Sabesp, para a gente avançar na coleta e no tratamento de esgoto sanitário na Região Metropolitana de São Paulo.

Está melhorando. A mancha de poluição estava lá em Barra Bonita, ela retrocedeu 120 quilômetros. Hoje, está na altura de Salto. E está voltando, está recuperando. Não é do dia para a noite. As pessoas comparam com o Rio Sena em Paris, com o Rio Tamisa em Londres, dizendo “Olha, mas o Tietê está demorando muito para despoluir”. Comparação totalmente diferente. O Rio Tamisa e o Rio Sena são rios de foz, à beira-mar, perto do mar, uma quantidade de água impressionante. Nós somos rio de cabeceira. O Tietê nasce aqui do lado, em Salesópolis. Quando ele passa por São Paulo, tem 15 m³/s (metros cúbicos por segundo) de água. Quando ele deságua lá no Paranazão, lá em Panorama, tem 200 m³/s. Se São Paulo ficasse no baixo Tietê, não tinha poluição, diluía tudo, mas aqui não tem água para diluir. Nós estamos a 700 metros de altitude em São Paulo.

Então, é totalmente diferente. Você tem uma megalópole, São Paulo é a terceira maior megalópole do mundo. Maior que Xangai, maior que Mumbai, maior que a cidade do México, maior que Nova York. Só perde para a grande Tóquio e Nova Deli, na Índia. Terceira do mundo, 20 milhões de pessoas a 700 metros de altitude. Sem água. Nós vamos buscar água em Minas Gerais. É muito pouca água. E é mais demorado. Mas, perseverar nesse trabalho. Essa mancha que já retrocedeu 120 quilômetros, ela vai voltando e vai recuperando até o rio chegar à classe 2, que é o nosso objetivo.

Mas quero aqui agradecer ao José Aníbal, que está fazendo um grande trabalho na Secretaria de Energia. Aqui está um belo exemplo de um projeto importantíssimo para São Paulo, de aproveitar uma barragem que tem meio século, 50 anos, para gerar 25 megawatts de energia renovável, gerando emprego, oportunidade. Gerar energia dentro da área metropolitana. Reduz muito o custo de transmissão, sem impacto ambiental maior. A gente vê o impacto ambiental, hoje, das questões de geração de energia.

Agradecer à sua equipe, ao Borsari, que preside a EMAE, todo o time da EMAE. Agradecer à nossa agência de fomento, a CAF, pela parceria. Tenho certeza que esse estudo vai mostrar muita oportunidade, ainda inexplorada, para a gente poder, com pequenas hidroelétricas, ir gerando energia na própria comunidade. Com transmissão de baixo custo, pouca transmissão, pouco impacto ambiental e gerando energia na bacia hidrográfica do Estado de São Paulo.

Agradecer ao nosso prefeito, o Bananinha. Ele, quando eu estava vindo para cá, pediu um caminhão compactador de lixo, então já está autorizado já. Vai lá na Secretaria do Meio Ambiente, procure lá o secretário, que já está autorizado. Mas, especialmente, dizer da alegria de estarmos juntos aqui em um projeto de sustentabilidade, um projeto de energia para o desenvolvimento e um projeto que vai gerar muito emprego na região. Parabéns a todos.