Alckmin discursa ao iniciar as obras de duplicação da Rodovia dos Tamoios

Paraibuna, 15 de maio de 2012

ter, 15/05/2012 - 15h43 | Do Portal do Governo

Governador Geraldo Alckmin: Bom dia. Bom dia a todas e a todos. Quero dizer da alegria de estarmos juntos aqui em um dia histórico, começando uma obra há décadas necessária. Cumprimentar o nosso prefeito anfitrião, o Barros, prefeito de Paraibuna; a Luiza de Faria Barros, presidente do Fundo Social de Solidariedade; o vice-prefeito, o Vitão, Victor de Cássio Miranda; o vereador Daniel de Oliveira, presidente da Câmara, cumprimentando todos os vereadores e vereadoras de Paraibuna e da região; Dr. Saulo de Castro Abreu Filho, secretário do Estado de Logística e Transporte; os nossos deputados: Samuel Moreira, líder do Governo na Assembleia; Hélio Nishimoto, deputado aqui da nossa região; prefeito de Caçapava e presidente do Codivap, o Carlos Vilela; prefeito de São José dos Campos e presidente da região metropolitana e do litoral, Eduardo Cury; prefeitos: de Monteiro Lobato, o Vargas; São Luiz do Paraitinga, a Ana Lucia; Jambeiro, o Carlos Alberto; Igaratá, o Elzo; Salesópolis, o Adilson; Santa Branca, o Luis Fernando; Caraguatatuba, o vice-prefeito Antônio Carlos da Silva Júnior. Nosso ex-prefeito de Paraibuna, o Luizinho, e cumprimentando todos os ex-prefeitos. O Laurence Casagrande, presidente da Dersa; Clodoaldo Pelissioni, superintendente do DER; Dr. José Machado de Araújo Filho, delegado de Polícia; Cel. Custódio Barreto, comandante do CPI-1; Cel. Newton Michelazzo, comandante do Batalhão da Polícia Rodoviária; Jorge Jobram, diretor do DER; Clóvis Mancilha Barbosa, o amigo Clovinho; diretores da Encalso e da S.A. Paulista; trabalhadores todos, que vão construir essa grande obra do desenvolvimento de São Paulo; nossos dirigentes regionais, vejo o Chesco, a Sandra, o Aílton. Amigas e amigos.

Na década de 50, essa estrada era de terra, a ligação do litoral com o Vale do Paraíba. Então, choveu, ninguém passava, atolava todo mundo. Aí, em 1957, o Jânio Quadros fez uma coisa com nome chique: mixed-in-place. Traduzindo: virado à paulista. Aquele asfaltinho para tirar a poeira e para não atolar no dia de chuva. Isso em 57. Dez anos depois, em 67, foi aquela tromba d’água, triste para a nossa região, aqui em Caraguatatuba, e levou a estrada no trecho da serra. Aí ela foi reconstruída já com uma técnica mais moderna, isso em 67, nós estamos falando. Depois veio a represa de Paraibuna e aí as obras da represa. A estrada saiu de dentro da cidade.

Eu me lembro que, quando criança, ia com o meu pai para Caraguá e a gente passava dentro de Paraibuna. E tomava um cafezinho em um bar chamado Vaca Preta, não é isso? Ainda existe ou não? Eu sei que era Vaca Preta e ficava em frente ao cemitério. O cemitério existe. E o cemitério tinha uma placa no portão escrito, assim: “Nós que aqui estamos por vós esperamos”. Eu era menino e olhava aquilo meio assustado e tal. Mas o fato é que passava por dentro da cidade. Aí a estrada saiu, já em um traçado novo, mas ela continua pista única.

Hoje, começa uma grande obra. Mais de meio bilhão de reais, fora desapropriações, projetos, gerenciamento, compensações ambientais… só a obra física, grande obra, uma das maiores obras do Estado. E ali mostra bem. Nós vamos ter uma pista, 3,6 metros, outra pista, outra faixa, 3,6 metros, mais 3 metros de acostamento e mais 1 metro até a New Jersey, que é a barreira para evitar de um carro bater frontalmente com o outro. Então, tem a barreira New Jersey, 1 metro de espaço, 7,2 metros de duas faixas de rolamento, 3 metros de acostamento e, nas áreas urbanas, 8 quilômetros de ciclovia. Então, colocaram bem, aqui, o Nishimoto e o Samuel, de que será a primeira rodovia já licitada com ciclovia. A construtora já vai fazer também a ciclovia. E do outro lado, a mesma pista.

Outra coisa. Essa será, depois, na serra, a pista da subida, a nova. Não será a pista da descida. Da descida é a antiga, a nova será a da subida, ascendente. E muitas rampas vão ser melhoradas. Então, a pista antiga chega a ter declividade de 5,4%; essa, a maior declividade será 4%. Então, caminhão vai mais depressa, porque não para na subida. Muita curva, muito apertada, ela vai ser totalmente melhorada. A estrada vai ficar mais curta, porque aquelas curvas que vai e volta, ela vai ganhar tempo, ela diminui um pouquinho. Por exemplo, lá em São José, na Rosa Mística, ali faz uma curva, ali em frente à Rosa Mística, aquilo tudo vai desaparecer, vai ser muito melhor a engenharia da obra. Então, a estrada fica mais curta, menos curva, menos perigosa, menos declividade, mais moderna, tecnologia melhor, não tem choque frontal.

E eu, daqui de cima, estava olhando… Não é verão, não é fim de semana, não tem sol, não é feriado, e isso aqui é um corredor, é um atrás do outro, carro e caminhão, carro e caminhão. Isso é uma das grandes rodovias do Brasil, 16 mil veículos/dia. E a melhor esquina do país. De um lado o eixo Rio-São Paulo, a região mais industrializada do Brasil, Dutra, Ayrton Senna e Carvalho Pinto. Do outro lado, litoral, que é emprego, turismo, construção civil, Pré-Sal e porto. O porto, em um ano ele dobrou. O faturamento do Porto de São Sebastião dobrou, a área com pavimento dobrou. E nós vamos investir R$ 200 milhões no Porto de São Sebastião, pátio 3, pátio 4, novos pátios, offshore, retaguarda para Pré-Sal. De 100 mil para 200 mil metros de área. Hoje já dobrou, passou de 100 mil para 200 mil. Então, é uma obra importante e nós temos aqui um compromisso: daqui a 20 meses estarmos aqui para inaugurar essa obra. Então, temos 20 meses para estar tudo pronto, são 49 quilômetros de duplicação.

Hoje queria trazer uma palavrinha, que é o seguinte. Estamos, simultaneamente, para ganhar tempo, fazendo dois licenciamentos ambientais. O licenciamento da Serra. Temos que ter a EIA/RIMA, licenciamento provisório (LP), licenciamento de instalação para começar a obra. E é uma nova estrada. Aqui é do lado, duplica do lado. Na Serra, não dá para fazer do lado. Então é uma nova Tamoios, como é a Imigrantes. A Imigrantes, para Santos: uma estrada sobe, a outra estrada desce. Então, nós vamos duplicados até o alto da Serra, quando chega lá no posto da Polícia Rodoviária Estadual, aí sai uma nova autoestrada para Caraguatatuba.

Esse licenciamento ambiental está indo bem, tem que passar por todos os órgãos ambientais, porque é Mata Atlântica, é Serra do Mar. Hoje nós temos tecnologia para fazer obra preservando a natureza, muito túnel, muita obra suspensa, não tem quase desmatamento e muita compensação ambiental. 49 km nós estamos começando hoje. Já fizemos 11 km lá em São José. Está certo, Eduardo? Dá 60 km, faltam 22 km. Esses 22 km, 17 km até descer a Serra e 5 km lá embaixo.

Esses 22 km nós estamos fazendo o licenciamento ambiental e os contornos. Contorno sul vai para São Sebastião, 31 km de estrada nova, nós vamos fazer até dentro do porto. Esse licenciamento fica pronto em julho, daqui a dois meses. E o contorno norte vai até a praia de Martim de Sá, setembro, mais 7 km. Então, nós estamos estudando, também para ganhar tempo, se a gente já tiver os dois licenciamentos, de repente já licitar as duas obras, também na frente. E depois licitar a Serra. Primeira etapa. Para não perder tempo. Então, primeira etapa daqui até o alto da Serra. Segunda etapa, saiu o licenciamento dos contornos sul e norte. E terceira etapa, a nova estrada na Serra. E aí nós vamos ter uma situação especialíssima.

Também aqui na região… Está aqui o prefeito de Jambeiro. Cadê o Casquinha? Casquinha, nós já terminamos… O Clodoaldo, cadê o Clodoaldo? Nós estamos fazendo o projeto executivo da SP-103, de Jambeiro até a Tamoios, dá 10,5 km. Recapeamento, acostamentos, trechos e terceira faixa. Então, em julho fica pronto o projeto, em agosto nós licitamos a obra. Então, Jambeiro com uma nova autoestrada, ali, ligando à Tamoios.

A Tamoios terá 21 obras de arte, viadutos, passarelas, desaceleramentos, contornos, 21 obras de artes. Depois temos Natividade-Redenção, a SP-121. Cadê o prefeito, está aqui o de Natividade ? Essa está em obra, não é isso, Clodoaldo? Os vereadores estão aí. Está em obra, Natividade-Redenção. São Luiz-Lagoinha, 52 km. É isso, Ana Lúcia? É longo, hein? Essa está em licitação, R$ 33 milhões a obra. O mês que vem começa a obra.

Então, em junho inicia a obra São Luiz/Lagoinha. Guará-Cunha já foi dito. Jambeiro/Tamoios. E o prefeito de Salesópolis está aqui também, o Adilson? Tem uma ligação de Salesópolis com Paraibuna. Lá em Salesópolis é o bairro Padre José e Roseira. Aqui em Paraibuna… Porto Roseira – Ilhéus, dá 32 km. Nós estamos autorizando hoje, a pedido dos dois prefeitos, o Melhor Caminho. Nós vamos deixar os 32 km tinindo lá.

E o café não é só caro, ele é mais do que caro, porque eu… Nós pagamos o café, ainda tem mais isso. Major, quanto você pagou lá? Cincão, R$ 5. Não pagou, não. Nós é pagamos, não é? Eu tenho esse cuidado, por quê? Eu gosto de tomar um cafezinho. Então, cheguei meia-hora antes, fomos tomar um cafezinho. Aí um acha que o outro vai pagar, você concorda ? E vai saindo todo mundo. E aí é desagradável… O sujeito fala: “O governador esteve aqui, ninguém pagou a conta.” Então, eu já orientei o ajudante de ordens. Eu já falei: “Olha, major, você fica na retaguarda aí, você é peão-de-culatra. Na hora que sair, você checa. Está pago? Não. Aí você paga. Para não ter risco”. Você pagou quanto, major? R$ 5. Ainda tem mais essa, olha aí. Você que pagou? Então sobrou R$ 5!

Bom, mas o fato é que nós vamos começar uma grande obra, grande responsabilidade. E dizer o seguinte: obra necessária, importante, vai gerar muito emprego, nós temos parques industriais importantes em São José, em Jambeiro, Paraibuna. Desenvolvimento, turismo, segurança. Segurança. Isso aqui é uma vacina. Antigamente, as pessoas morriam de moléstia infecciosa: tuberculose, lepra, gripe espanhola. Hoje é acidente. E os acidentes eram tiro, era arma de fogo. Graças a Deus, baixou de 13 mil para 4 mil homicídios. Estou saindo de Paraibuna. Acabei de olhar a estatística desse ano: 0% homicídio, 0% latrocínio, nenhum caso.

Do que as pessoas morrem, hoje? É desastre, é rodoviário: moto, carro, atropelamento, é acidente rodoviário. E os piores acidentes são choque frontal. Agora, na Semana Santa, nós fizemos um grande esforço para reduzir acidente. Então, polícia toda na estrada, Polícia Rodoviária, não pode beber, campanha, todo mundo para reduzir. Aí, um acidente em Marília, pista única, uma caminhonete subindo desengatou o trailer, olha só, desengatou o trailer, o trailer voltou, o carro para desviar do trailer foi para a contramão e deu de frente com o outro. Seis mortos num acidente. Em pleno feriado, as pessoas passeando. Então, uma rodovia duplicada, com New Jersey, não tem impacto frontal, você bate de lado, no máximo. Então, os acidentes são muito menos graves, quando tem.

Então, é uma obra importante para a saúde pública, porque a terceira causa de morbimortalidade não é doença, é causa externa, é acidente. Especialmente jovem, que tem muito problema de acidente no fim de semana. E uma rodovia do desenvolvimento, porque nós vamos ter aqui… São Paulo vai ser um dos grandes produtores de petróleo e gás do mundo em 2020. E o gás, o gasoduto já está pronto, então isso vai dar um impulso muito grande à região. E se fala muito em aeroporto, mas um dos grandes gargalos que nós temos é porto. Então, o Porto de São Sebastião é uma alternativa central para o desenvolvimento de São Paulo.

E, finalmente, uma prestação de contas para nós, brasileiros de São Paulo, que nos orgulha. Há 15 anos atrás, a gente dizia, o Mario Covas dizia: “Olha, temos o tamanho da Argentina” – o Estado de São Paulo tinha o PIB da Argentina – “mas tem uma vantagem, estamos dentro do Brasil”. Hoje, o PIB da Argentina é US$ 378 bilhões, o PIB nominal, US$ 378 bilhões. São Paulo, estamos esbarrando em US$ 700 bilhões, são duas Argentinas, olha a força da economia do Estado. E essa região é a região que mais ajuda, tanto na indústria, quanto agora na indústria do petróleo e gás, quanto serviços, que é turismo. Mãos à obra. Muito obrigado.